Eu sempre gostei de distâncias e isso até pode parecer bobeira, mas até para descansar minha vista depois de muitas horas no computador ou muito tempo em alguma leitura eu gosto de ir até o quintal e olhar distante, o mais longe que eu puder.
É assim que meus olhos descansam e minha cabeça também. Procurando por montanhas no horizonte, antenas bem distantes ou caçando uma nuvem com algum formato que eu possa associar a uma coisa bem boba, dar uma risada sozinha e depois voltar para o trabalho.
A distância sempre fez parte dos meus melhores momentos, das minhas melhores reconstruções e entregas.
Em minhas viagens e caminhadas mais longas foram os momentos em que estive mais perto de mim. Não tenho que estar sempre fisicamente distante, as vezes aquele pensamento que voa longe em meio as montanhas tem o mesmo efeito que grandes viagens.
É que sempre que eu olho pro bem longe sinto um ar de esperança e só esse olhar já me renova. As vezes, só olhar já basta. É como apertar o reset do pensamento.
Essa distância pode ser do portão de casa até a ultima montanha que meus olhos conseguem alcançar ou aquela distância que eu vejo no google maps quando estou sonhando com um destino novo pra levar minha mochila pra passear. Eu só preciso ver que tem muito mais lá fora do que tudo isso aqui dentro de mim.
Passamos o dia com a cara enfiada no computador, celular, revistas, livros, aplicativos e agenda. Passamos o dia olhando pra baixo, checando, ticando, revendo, revisando, enviando, esperando anexar e chegar. Acho que todos nós, né? Coisas do meu mundo, do nosso mundo….coisas todas essas que fazem o mundo rodar. E sim, eu gosto disso tudo também! Porém, a minha paz e meu encontro comigo acontece em meus momentos de distância no olhar e pensamentos.
Talvez esteja a distância justificando meu encanto por montanhas ao mesmo tempo que ela alimenta tempos sempre melhores por aqui.