Completei meus 29 anos na casa dos meus pais, com minha família e alguns amigos reunidos em volta da piscina em um dia de sol, churrasco e cerveja.
Até então, eu estava cursando pós-graduação em Gestão Estratégica de Pessoas pela Mackenzie e trabalhando na área de Gestão de Pessoas em uma construtora de grande porte. Até aí, tudo normal, eu achava que a vida estava acontecendo completamente dentro dos padrões da “normalidade”.
Até então estava tudo ok, eu tinha uma vida ok, um namorado ok e um trabalho ok, mas também tinha alguma coisa que me incomodava.
Talvez o trânsito, o excesso de cimento e/ou a falta de ar que São Paulo me proporcionava. (Se eu gosto de São Paulo? Depende do horário que você perguntar. É amor e ódio, amor e ódio…).
Porém, eu sentia sempre um desconforto e alguma coisa lá no fundo gritava: ”Ei, você aí…você está insatisfeita! ” Mas eu não dava trela, disfarçava e tocava a vida, até porque o trabalho estava ok, o namoro estava ok e eu seguia achando que a vida estava acontecendo.
Um dia, depois de ganhar um saquinho de maçã, tudo mudou. O namoro que era ok acabou, o trabalho que era ok perdeu o sentido, a vida que era ok eu não queria mais e pra finalizar o excesso de cimento começou a incomodar a ponto de sentir necessidade de mudar.
Mas era mudar mais do que mudar de apartamento, emprego ou de cidade. Era mudar por dentro e em outro lugar. Era me mudar pra viver comigo onde jamais estive, dá pra entender?
Eu não conseguia me ver nos padrões esperados para os 29 anos, embora eu também queira (lá na frente) tudo que é tradicional. Eu quero casar, ter filhos, quero também uma casa legal e talvez até o carro que as concessionárias nos enfiam goela abaixo nos comerciais, mas hoje não, obrigada.
Hoje, eu quero esvaziar do meu guarda roupa à minha alma, quero espaços vagos, queiro cheiros e ares novos e não quero peso nem nada preso.
E em busca disso comecei a me planejar. Primeiro pensei em uma viagem curta e perto, depois em um mochilão pra mais ou menos perto, depois em um mês fora, por que não?
Um mês seria tempo suficiente pra eu me encher de mim e querer voltar comigo pra ficar comigo mesma, outra vez, onde antes nada fazia sentido. Não, também não. Pelo amor de Deus, não! Isso tudo ainda não seria o suficiente.
Neste momento abri os olhos para a possibilidade de uma viagem maior em que eu pudesse vestir aquele momento e absorver um pouco da língua, da cultura e da vida de outros lugares.
Foi quando eu entendi que não tem idade pra respirar novos ares e redesenhar o roteiro da minha vida.
Então, por que não experimentar a possibilidade de um intercâmbio? Algo que eu nunca havia pensado. E foi assim que decidi pelo pelo meu intercâmbio na Austrália!
Quero apenas viver, compartilhar e inspirar outras pessoas a viverem também as possibilidades da vida!
Que tá linda!
Beijos!!