Chega um momento que precisamos tomar um ar e dedicar um espaço para uma verdadeira conexão com nós mesmos.
Foi assim quando eu decidi ir.
E é com a mesma necessidade que muitos dos meus amigos, leitores e clientes embarcam para uma vivência no exterior. Embarcam para um ano sabático, para um intercâmbio, para um mochilão pelo mundo e até mesmo para uma viagem sem roteiro definido.
A rotina que nos engole, as cobranças internas e externas, o peso da entrega no trabalho há anos, a cobrança da necessidade de uma carreira de sucesso, posição social, o consumo quase que obrigatório para poder ser parte de algo que não é verdadeiramente parte de nós. Tudo isso cansa e dispara o gatilho para o desejo de novas vivências.
E foi assim, tudo isso me cansou e me fez buscar por algo maior em mim.
Diariamente converso com pessoas com o mesmo sentimento, querendo se redescobrir, querendo seu espaço no tempo, querendo suspender algumas coisas e ir em busca de outras.
O que pode ser visto como fuga da realidade para alguns, eu entendo como a busca por uma conexão leve com a nossa verdade, um encontro com o mais puro que podemos oferecer para nossas vidas em um espaço de tempo dedicado exclusivamente a nós.
Um momento tão seu que é surpreendente.
Eu não entrei naquele avião buscando respostas e muito menos com o objetivo de encontrar algo específico. Eu não buscava uma solução perfeita e pra ser ainda mais aberta com vocês, eu nem tinha expectativas de transformações.
Eu só queria sair da roda do rato, me ver livre dos mesmos passos, pensar sem me sentir influenciada por pessoas do meu círculo de amizades, da minha família, do meu trabalho.
Eu queria mesmo era tomar um ar. Você já se sentiu assim?
As transformações em mim foram consequências de tudo que vivi, dos perrengues que passei, das lutas emocionais, do lugares que conheci, por onde viajei e das verdades que pude enxergar ao longo da trajetória.
É que eu dei oxigênio pra minha vida.
Sabe quando você precisa sair pra correr pra poder sentir seu pensamento fluir? Ou ler um livro pra desconectar de sua história, curtir um samba sozinho pra sentir a música bater no peito ou até enfiar a cabeça embaixo da água corrente pra se reconectar? Foi isso.
Eu trouxe ares novos, vi coisas que jamais imaginaria e mergulhei em culturas totalmente diferentes da minha e tudo isso sem esperar nada em troca.
Só vivi cada passo com a intensidade e profundidade que a experiência que escolhi podia me proporcionar.
E naturalmente mudei meus valores, minhas necessidades, o peso das coisas e pessoas. Entendi que minha profissão era legal sim, mas não era o que eu queria e que eu podia viver com metade da metade de tudo que eu tinha e que eu seria bem mais feliz.
Vi sentidos em coisas que eu nem imaginava e pude com muita verdade e entendimento mudar o curso da minha vida e me pertencer verdadeiramente.
Confuso? Talvez seja a hora de oxigenar sua vida, não criar grandes expectativas para sua saída e deixar fluir.
Beijos, Nina.